Brasiléia está sem energia e telefone; Força Nacional reforça apoio ao Acre
Além de Brasileia, as cidades de Epitaciolândia e Xapuri, situadas ao longo da bacia do rio Acre, também estão alagadas.
Golby Pullig

Brasileia foi atingida pela cheia do rio Acre e está em situação de emergência (Sérgio Vale/Secom)
A
cidade de Brasileia, com 21 mil habitantes e localizada na fronteira do
Brasil com a Bolívia no Estado do Acre, está há mais de 24 horas sem
comunicação por telefone, internet e sem energia elétrica depois da
cheia do rio Acre no último fim de semana.
Uma
equipe da Defesa Civil do Estado seguiu na noite desta terça-feira (21)
para o município, que está a 233 km da capital Rio Branco, para
restabelecer contato, avaliar a extensão do alagamento e instalar novas
réguas de medição do rio Acre.
A previsão é de que a equipe de Defesa Civil retorne somente na manhã desta quarta-feira com informações.
Em Rio Branco, o nível do
rio Acre chegou a 17,40 metros às 18h desta terça. A marca fica atrás
apenas da registrada em 1997, quando atingiu 17,66 metros. A cheia é
considerada a segunda maior do rio.
O número de desabrigados
apenas na capital chega a 6.840, segundo o último relatório da Defesa
Civil. Os desabrigados estão em alojamentos públicos, abrigos não
oficiais e residências de parentes. Ao todo, 13.700 habitações foram
atingidas pela cheia.
A assessoria de imprensa da
Oi Brasil Telecom, que presta serviço de telefonia fixa em Brasileia,
divulgou nota informando que "a prestação dos serviços de telefonia
fixa, móvel e banda larga foi afetada por conta da cheia do rio Acre,
que alagou toda a cidade e afetou a central telefônica da companhia,
danificando alguns de seus equipamentos".
A empresa acrescenta que a
normalização da prestação de seus serviços depende do escoamento da água
na cidade pois, até o momento, permanece alagada a via pública onde
estão instalados os equipamentos."
A estudante Charlene
Salvatierra, que mora na cidade e estuda em Cobija, na Bolívia, tem duas
linhas de celular –é apenas com a linha boliviana que está conseguindo
manter contato com parentes e amigos em Rio Branco. Ela conta que a água
subiu em 10 minutos sem dar chance de salvar objetos pessoais ou
móveis.
As duas pontes sobre o rio
Acre que ligam Cobija a cidades brasileiras estão interditadas. “E a
água não para de subir. Já está alagando aqui em Cobija também”, afirmou
Salvatierra.
Brasileia ganhou
repercussão internacional por ser porta de entrada na fronteira
brasileira e por acolher os haitianos que há um ano iniciaram processo
migratório para trabalhar no país.
A Força Nacional deve
enviar, nesta quarta-feira (22), 40 homens ao Acre, além de barracas e
kits contendo medicamentos suficientes para atender, em média, 500
pessoas. Militares do Exército do Acre e Rondônia atuarão como
voluntários e darão suporte à Defesa Civil na retirada de famílias das
áreas atingidas.
Além de Brasileia, as cidades de Epitaciolândia e Xapuri, situadas ao longo da bacia do rio Acre, também estão alagadas.
Em Assis Brasil, na
fronteira do Brasil com o Peru, o nível do rio Acre baixou e está com
5,40 metros. Em Sena Madureira, a 139 km de Rio Branco, o rio Iaco está
com 17,32 metros e atinge sete bairros.
O rio Juruá, que banha a
cidade de Cruzeiro do Sul, alcançou 13 metros –na cidade, 68 famílias
estão alojadas em três abrigos municipais.
http://www.contilnet.com.br/Conteudo.aspx?ConteudoID=16591
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